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Feijão com arroz no ponto

( Artigo publicado no periódico Plásticos Revista, março, 1997 )

O contingente do chão de fábrica forma o público por excelência do livro de Maraghi. Em regra, a literatura técnica servida no Brasil a profissionais como operadores ou demais técnicos de processamento ou regulagem consta de apostilas ou obras de cunho genérico, sem o grau de detalhamento ou o enfoque pragmático deste novo estudo.

A concepção da injetora a que o autor recorre para suas digressões também casa com a realidade do parque transformador brasileiro e as soluções indicadas não implicam propostas onerosas ou de execução complexa. São saídas engenhosas, aplicáveis de bate-pronto e apresentadas com clareza na terminologia da área, o que facilita mais ainda a sua compreensão pelo pessoal da linha.

Maraghi abre o livro definindo as variáveis do ciclo de injeção, sua influência nas peças e possíveis problemas em meio ao processo. São situações conhecidas no cotidiano do nosso mercado, caso de queima de material em virtude do tempo de residência no cilindro de injeção, ou então, questões decorrentes de força insuficiente de fechamento. Na segunda parte, o autor relaciona cada problema com a variável envolvida e, por fim, formula a devida solução.

É uma abordagem algo presente na litureratura desovada pelos fabricantes de injetoras. Ocorre que, presos à exposição do equipamento, eles em geral não descem às particularidades do processo em destaque no livro de Maraghi. No último trecho, aliás, ele se debruça sobrfe questões relativas a moldes, como a distribuição e balanceamento de cavidades e canais.

O ponto alto do livro é, em suma, o estilo simples, objetivo e funcional com que são dissecadas noções básicas do processo que, nas apostilas convencionais, são transmitidas em geral de modo rebuscado e repleto de rodeios. Com sua abordagem, o autor preenche uma necessidade de informação que pulsa, em especial, nas transformadoras que vêm entrando em campo. Afinal, não raro tais noções introdutórias a respeito do processo de injeção e suas peculiaridades são pouco conhecidas dos empreendedores que debutam no mercado brasileiro, o que deixa implícito mais um contingente de leitores para o qual o livro de Maraghi vem a calhar. Da mesma forma, seus operadores encontra na obra uma oportunidade rara para reciclar seus conhecimentos, ou então, obter uma consistente visão geral do processo, fator crucial para quem começa a buscar especialização na linha de injeção.

Quanto aos pontos a desejar, que não abalam o mérito da obra, são puxados pelo pobreza de recursos visuais. Fotos não existem e os poucos desenhos publicados são rudimentares. É um trunfo que Maraghi assim desperdiça para forrar a didática de conceitos que esclarece, como o referente à pressão de injeção.

Outra derrapagem: a falta de menções a outros processos de injeção, consolidados no exterior e com os quais a transformação brasileira está se familiarizando. Além do que, em termos do mercado brasileiro, vem crescendo a sinergia do nosso setor plástico com o processo de globalização, como prova a evolução intensa de autopeças injetadas, apoiada no regime automotriz vigente no país. Como exemplo dos novos processos omitidos pelo autor, cabem a dupla injeção ou o sistema de aplicação simultânea de resina e gás.

Finalmente, alguns pecadilhos na tradução para o português. Em lugar de "cantos afiados", por exemplo, deveria usar "cantos vivos", da mesma forma que "remoção de ar do molde" é uma expressão inusual entre os operadores daqui, que costumam dizer "saída de gases do molde".

A pergunta-chave por trás do livro é a seguinte: nosso operador tem preparo para essa leitura ? A média formada pelo Senai tem todas as condições, assim como o chão de fábrica de transformadoras adeptas de cursos internos de qualificação. Para a mão-de-obra menos especializada, o livro de Maraghi poderia ser assimilado durante ou depois de um programa de treinamento.

Autor do artigo: Antonio de Pádua Dottori ( chefe do setor de Engenharia de Marketing de Injetoras para Plásticos, da ROM I)

 

 
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